sábado, 18 de maio de 2013

LIGHT

Reserva natural "Český ráj" ou "Praraíso da Boêmia", República Checa

   
   

sábado, 4 de maio de 2013

Vai mas é plantar morangos!

Não sei se podemos realmente dizer que fomos plantar morangos. Talvez o termo seja mais transplantar morangueiros. Mas não importa porque o resultado vai ser o mesmo, moranguinhos para comer no verão! O ano passado fizemos o mesmo e posso garantir que comer morangos acabados de apanhar tem outro encanto. Para quem tem um bocadinho de terra e não sabe o que fazer com ela acho que esta é uma forma muito simples e gratificante de se estrearem nas lides do jardim.


 
 
Transplantar morangueiros ou qualquer outra planta é tão fácil e intuitivo que a maioria das dicas que temos para dar vão roçar o idiota. De qualquer modo é para os mais cautelosos como eu, que gostam de estar bem cientes dos trabalhos em que se metem, que deixo esta explicação e incentivo para porem mãos à obra!
Antes de começarem é importante confirmarem que têm o essencial aí pela garagem:
1. Luvas de jardinagem - especialmente para as meninas, não queremos estragar essa manicura.
2. Balde ou saco de plástico - para limparem o terreno de algumas plantas selvagens que se aproveitaram da nossa negligência. Se tiverem espaço no jardim utilizem uma caixa de compostagem ou biodigestor para transformar esses desperdícios em adubo.
3. Regador - de preferência grande para não estar sempre a ir encher de água.
4. Pá e enxada – A pá para podermos revirar a terra e a enxada para fazer os buracos na terra onde vamos colocar os morangueiros.
5. Fertilizante – O ano passado comprámos um fertilizante específico para morangos que se coloca na terra antes de (trans)plantar os morangueiros. Este ano resolvemos não utilizar o fertilizante e deixar tudo mais ao natural!




Antes de começar a explicação quero só deixar um especial agradecimento ao meu modelo que gentilmente transplantou sozinho o primeiro morangueiro para que eu pudesse fotografar todo o processo (ou pelo menos parte dele).
Agora a parte complicada: a primeira operação consiste somente em arrancar ervas daninhas e revirar o terreno usando uma pá. Isto vai garantir que temos um solo limpo e fofinho para começar com o pé direito! Em seguida temos que abrir os buracos na terra onde desejamos plantar os morangueiros. Deixem algum espaço entre cada buraco para não ter mais tarde os morangos todos encavalitados, eles também têm que respirar! Reguem o buraco para deixar a terra húmida (se estão a pensar usar o fertilizante esta é a altura em que o podem adicionar à terra), coloquem o morango no buraco e cubram em redor com a terra. Nesta fase é importante certificarem-se que a parte central do morangueiro fica à superfície e sem terra, pois daqui vão nascer os novos caules. Depois de transplantados podem pressionar levemente a terra e voltar a regar só para garantir que estão confortavelmente instalados na sua nova morada! E tadá! Difícil? Não de todo. Mas claro que, para chegarmos à fase dos morangos propriamente ditos não nos podemos ficar por aqui, temos que cuidar deles todos os dias (ou quase todos os dias), visitá-los, ver como crescem, conversar com eles e regá-los!



 
No final de tudo vem então a recompensa do nosso esforço e dedicação: o saboroso orgulho de comer os morangos do nosso jardim! Daqui a uns tempos voltamos para vos mostrar o progresso! Até lá, deixo-vos com quem não achou piada nenhuma à nossa brincadeira. Vão plantar morangos!


 
 




 
 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vietname - Itália

Depois da história das amêijoas do Vietname no Pingo Doce resolvi investigar de onde vêm as amêijoas que se vendem aqui por Praga. Segundo as embalagens que vi no mercado são italianas. Então pensei para os meus botões, se em Portugal se comem amêijoas do Vietname porque não comer em Praga amêijoas italianas? O resultado foram duas barriguinhas felizes! (Sim, aqui em casa somos só dois, a gata ainda não gosta de marisco!)
De qualquer forma, independentemente de serem portuguesas, vietnamitas ou italianas, aqui fica uma receita muito simples para as vossas amêijoas!
 

Ingredientes (2 pessoas):
800g de amêijoa
Alho (5 dentes, quanto mais melhor)
Vinho branco 2 dL
Azeite 4 csp
Salsa fresca
1/2 pimenta vermelha

Preparação:

Lavar as amêijoas em água salgada e separar as amêijoas fechadas das abertas ou partidas.
Numa frigideira grande regar com azeite até cobrir a superfície e colocar os dentes de alho. Quando estes estiverem dourados juntar as amêijoas e deixar cozinhar. Quando as amêijoas começarem a abrir, juntar a pimenta vermelha picada, a salsa picada e regar com vinho branco. Deixar cozinhar só mais um pouco e está pronto a servir!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Primavera salgada

Esta semana fez um calor tremendo aqui por estes lados. Em menos de um dia troca-se o casaco de "pele" pelos calções e de repente vive-se alegremente o aquecimento global. Passeando-me pelo mundo das modas constatei que, por coincidência, a edição de Maio da  Vogue Espanha não podia ter retratado melhor este abrupto início de estação. De alguma forma atropelou-se a primavera e entrámos directamente no verão sem passar pela casa de partida. Para mim esta produção transmite-me exactamente essa sensação de confusão climática: uma sereia primaveril com uma produção hibrida onde se casam casacos com fatos de banho, mangas compridas com cuequinha... Obrigada por me fazerem sonhar, neste caso não com as Maldivas mas com todas essas praias lusitanas que por mim esperam (em breve)!


Modelo: Aymeline Valade / Fotógrafo: Miguel Reveriego / Stylist: Belen Antolin / Cabelos: Peter Gray / Maquilhagem: Ozzi Salvatierra

 
 
 
 
 

Imagens via Visual Optimism

Também podem ver o video da sesão fotográfica em www.vogue.es

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A FÓRMULA MÁGICA: Sapato D'Orsay

Cada vez mais me convenço que o bom design não é nada mais nada menos  que um conjunto de fórmulas mágicas e que a maioria dos estudantes de artes não perdia nada em se matricular em Hogwarts. Fórmulas porque o design consiste em infindáveis combinações de cores, padrões, proporções, texturas… e mágicas porque se forem bem equacionadas ( e aqui é que acontece a magia) se podem tornar em objectos de culto, desejos irresistíveis e quiçá dar origem aos mais hediondos crimes (contra a carteira, claro está).
Obviamente que o marketing também lança os seus pós de perlimpimpim mas isso, como dizia a minha avó, são contas de outro
rosário. Eu não estou aqui para vos cegar com meros truques, eu vim em missão de revelar a mais bela e pura magia do design!
Ok, se calhar eu estou só a exagerar um pouco e vocês já perceberam pelas imagens que eu só vim aqui falar de roupas, “tralha” e….SAPATOS!

 
 
A formula magica summer

 

Há alguma senhora, jovem, menina que não se renda à magia dos sapatos? Pois eu andava tal qual a Cinderela à procura do meu sapatinho de verão até que me deparei com estas sabrinas d’orsay que são de deixar o sapatinho de cristal a um canto a chorar! Este estilo de sapatos d’orsay tem sempre o poder de me hipnotizar. No início pensava que era por causa da minha Mãe. Quando era pequenina a minha Mãe tinha uns lindos em camurça azul e eles sempre me ficaram na cabeça, (porque nos pés não me serviam). Passado alguns anos a maturidade trouxe-me iluminação e percebi que o que transforma este sapato em algo discreto, elegante e ao mesmo tempo sexy, é o facto de podermos ver a curvatura do pé. Não sou perita em feitichismos sobre pés, mas que existe algo extremamente revelador neste sapato existe. Ao que consta o seu nome tem origem no Conde Francês Alfred d’Orsay, um dandy e artista do sec.XIX, amante de modas e amigo do Lord Byron. Ora um belo dia o nosso conde achou que os sapatos do exército francês não estavam perfeitamente adaptados para as grandes investidas. Vai daí e criou um modelo que foi lentamente evoluindo  até chegar aos nossos d’orsay. Para acompanhar os d’orsays servi uns calcões zara, um top mango e um chapéu palha topshop. O resto dos acessórios são as cerejas em cima do bolo (amargas quando virem os preços).
De qualquer maneira espero que apreciem e espalhem magia por aí, os links seguem em baixo.


 

1. Blusa: Mango
2. Calções : Zara
3. Sapatos: Vince
4. Mala: Marc by Marc Jacobs
5. Chapéu:
Topshop
6. Óculos de sol: Karen Walker
7. Relógio: Junghans

domingo, 7 de abril de 2013

O mercado


 
Em Roma sê Romano, ou neste caso, em Praga sê Pragense.
Desde que cheguei à Boémia tenho cultivado uma série de novos hábitos. Um dos que faço questão em não falhar é visitar aos sábados de manhã o mercado de Holešovice. Dizem que este é o maior mercado de Praga. Eu não sei se é realmente o maior, mas certamente o mais eclético será. Anda à procura de uma boa imitação das últimas Lo
uis Vuitton ou precisa de um novo piaçaba? Aqui pode-se encontrar um pouco de tudo e muito mais. Contudo a minha visita presta-se a causas mais nobres, como fazer as compras da semana no mercado de agricultores. Sempre à pinha, este é um mercado em que os atrasos se pagam caro. É bom levantar cedinho e marcar presença por volta das 10h para garantir que ainda se encontra uma grande variedade na escolha. Caso contrário arriscamo-nos a andar a vasculhar entre frutas e vegetais murchos.

Para mim uma voltinha típica começa sempre na barraca do pão! O mais típico e saboroso é o pão de centeio. Assim como um bom português que vive fora do seu Portugal sente a falta de um verdadeiro café, o Checo chora pelo seu amado pão de centeio. Realmente fresco, este pão mantem-se húmido e fofo durante dias se for bem guardado. Se passarem por Praga têm que experimentar esta especialidade, tenho a certeza que vão ficar fãs. Para acompanhar o pão podem sempre comprar na barraca ao lado a manteiga fresca ou até um queijinho. Eu gosto sempre de ter no frigorífico parmesão Gran Moravia, não propriamente para acompanhar o pão mas para dar o toque final a alguns pratos. Para os mais carnívoros existem também várias barracas com imensas variedades de salsichas, bacon, fiambres… e algumas novidades para nós portugueses como a Tlačenka. De uma forma muito sintética esta é nada mais nada menos que um Aspic de carne ou, trocando por miúdos, uma espécie de patê
 gelatinoso de carne. Soa-vos bem? Pois a mim não. Já por diversas vezes tentei apreciar este patê, mas confesso que a textura gelatinosa combinada com a textura da carne me deixa um pouco, como dizer, nauseada. Mas gostos não se discutem. Quem quiser pode pedir também a Tlačenka em qualquer restaurante de comida típica checa. Eu fico-me pelas salsichas e pelo fiambre cigano!
 
 

Outro ponto forte do mercado são as frutas e vegetais. Talvez não seja bem o ponto forte do mercado mas sim o ponto forte dos checos em geral. Existe neste país uma visível obsessão pela agricultura e jardinagem. Um dos livros que li recentemente satiriza bem esta particularidade, «O ano do jardineiro» de Karel Čapek. Neste livro são descritas as preocupações e os afazeres de um verdadeiro jardineiro ao longo dos 12 meses do ano. Eu arrisco-me a dizer que maioria dos checos tem aspirações a se tornar neste verdadeiro jardineiro. É muito natural por aqui ter-se um pedaço de terra fora da cidade onde se passa o fim-de-semana em família a cultivar e cuidar das batatas, cenouras, morangos…

 
Mas voltando ao mercado, aconselho-vos a experimentarem as suculentas maçãs ou outros vegetais e frutas da época. Ah sim! Já me esquecia… é importante deixar claro que este mercado tem maioritariamente produtos da época. Se procuram frutas ou vegetais mais exóticos ou fora da época é provável que não os encontrem e que se tenham de dirigir a algum supermercado. No verão não podem perder os frutos silvestres, principalmente os morangos! Às vezes basta um passeio pelo campo para encontrar milhares de amoras, groselhas, framboesas… é um paraíso.

 
Dando ainda mais cor e cheiro ao mercado estão as barracas das floristas. Eu tenho que trazer sempre um ramo de flores porque não consigo resistir à beleza e alegria que dão à minha mesa la em casa. As minhas preferidas são talvez as túlipas, os narcisos e as rosas.
 
Por último passo nas barraquinhas do peixe. Aqui sinto mais o impacto geográfico de viver no centro da Europa. Faltam-me as peixeiras, os pregões e a variedade de peixe! Mas como a saudade é muita acabo sempre por escolher alguma coisa para levar, normalmente entre o salmão, a dourada, os camarões e o polvo.

 
Espero que se estiverem a pensar vir a Praga não deixem de ir visitar este mercado, e claro, de me deixarem um comentário com as vossas impressões. Deixo a dica de que a língua pode ser um desafio interessante! (vão munidos de dicionário.) Mas depois contam-me!  Em baixo segue a morada e horários para não haver azares. Para mais informações detalhadas sobre o mercado visitem aqui.

Horários:
Segunda a sexta:
8.00-16.00
Sábado: 8.00-13.00 (mas ao meio-dia já anda tudo a fechar a barraca)

Morada:
Bubenske nabrezi 306/13
Prague 7 – Holesovice

Dourada no forno


No outro dia rumámos ao mercado de Holešovice para as compras da semana e entre outras coisas boas que trouxemos o é que deu à costa? Dourada sim senhor. Não é que seja propriamente barata por estes lados, mas por vezes tenho um enorme desejo de comer peixe. Uma das formas de comer que mais me agrada é sem dúvida o peixe no forno acompanhado com batatinhas. Esta receita que se segue era muitas vezes feita la em casa (Lisboa) pela minha querida Cácá (uma segunda mãe que sempre me mimou muito).
 






Ingredientes (2 pessoas):

1 dourada;
Batatas q.b.;
1 cebola;
2 dentes alho;
Azeite;

Colorau; polpa tomate e sal q.b.;
Salsa ou coentros.


Preparação:

Num tabuleiro de ir ao forno cobrir com azeite e colocar a cebola cortada em rodelas fininhas, as douradas temperadas com sal, o alho laminado e o colorau por cima. Deitar umas colheres generosas de polpa tomate e ainda os coentros. Descascar as batatas, cortá-las aos gomos e coloca-las à volta do peixe, temperando-as também com um pouco de sal.
Levar o tabuleiro ao forno pré-aquecido até as batatas estarem assadas. Não esquecer de ir dando umas espreitadelas ao peixe e se necessário adicionar um pouco de água para não ficar muito seco.